quarta-feira, 8 de março de 2017

Flor carnívora

É cálida flor 
E trópica mansamente
De leite entreaberta às tuas
Mãos

Feltro das pétalas que por dentro 
Tem o felpo das pálpebras
Da língua a lentidão

Guelra do corpo 
Pulmão que não respira

Dobada em muco 
Tecida em água

Flor carnívora voraz do próprio 
suco

No ventre entorpecida
Nas pernas sequestrada
Vagina de Maria Teresa Horta

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