quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Marginalidades



Gosto...
de sotãos,
da decadência romântica das casas velhas,
do cheiro a mofo.



casa na Valada, Cartaxo

domingo, 27 de novembro de 2011

Os objectos como construtores de vida









Fernando Brízio Desenho Habitado, EXD'11 no Antigo Convento da Trindade

sábado, 26 de novembro de 2011

Pelo caminho da Esperança

- Há carapau fresquinho, Olhá 25 tostões...
- Olhó cabaz de morangos...
- Olha aqui as azeitonas, a fava rica, o presunto...
- Pêras e marmelos assados no forno, Olhó marmelo quentinho...

A Madragoa já não o que era mas, se repararem, ainda ouvem os pregões e o chapinhar da roupa nos tanques







Hoje pela manhã numa das Visitas Guiadas ao Bairro da Madragoa

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Sem dúvida um direito mas, no momento, não a melhor via para o fim pretendido...

Greve: Cessação colectiva e voluntária do trabalho realizada pelos trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento dos salários, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios

A palavra tem origem na palavra francesa grève proveniente de Place de Grève, em Paris, na margem do Sena, outrora lugar de embarque e desembarque de navios e depois, local das reuniões de desempregados e operários insatisfeitos com as condições de trabalho. O termo grève significa, originalmente, "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos. Daí o nome da praça e o surgimento etimológico do vocábulo, usado pela primeira vez no final do século XVIII.
Originalmente, as greves não eram regulamentadas, eram resolvidas quando vencia a parte mais forte. O trabalho ficava paralisado até que ocorresse uma das seguintes situações: ou os operários retornavam o trabalho nas mesmas ou em piores condições, por temerem o desemprego, ou o empregador atendia total ou parcialmente as reivindicações para que pudessem evitar maiores prejuízos devidos à ociosidade.

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Autofocus


Porque a M quer focar o mundo, eu pus-me a pensar até que ponto é que o meu, que pretendi focalizar já lá vão 10 anos, se encontra realmente focado...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

e chove lá fora...



No Grande Auditório da Gulbenkian, agora...

domingo, 20 de novembro de 2011

Lugares

Perdi-me deslumbrada pelos corredores, escadas, átrios, salas e salinhas do espaço que "desfuncionalizado", alberga até o final da semana uma das temáticas da EXD'11, cuja inspiração deste ano é a utilidade/obsolescência dos objectos ou dos espaços como este, e dos objectos que compuseram o espaço, que lhe deram vida, função e que o tornaram útil e operacional...
O lugar foi unicamente ocupado, mas as marcas da passagem do tempo foram mantidas, como que cristalizando as vivências, de onde apenas saíram os agentes da acção, mas alguns dos objectos aparentemente inúteis são reutilizados definindo percursos.
Flutuei por ali.


















Outra perspectiva, aqui

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guitarradas

Mãos amorosas na guitarra

Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

Excerto de Fado Falado de Aníbal Nazaré e Nelson de Barros

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

(...)


She takes just like a woman, yes she does,
She makes love just like a woman, yes she does,
And she aches just like a woman,
But she breaks just like a little girl.

Bob Dylan's Just Like a Woman

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

José, como se dissesse urgência de viver


É o palco do tempo
Sem tempo a mais
São voltas às voltas
Por querer sempre mais




É um verso atrás
Um degrau que não viu
São curvas as rectas
Num final não vazio

É o palco do tempo
Sobre o tempo a mais
São voltas à espera
Que não vivendo mais
( letra de O palco do tempo de Noiserv)


Ao princípio da noite Camané e Noiserv no Jardim de Inverno do Teatro S. Luís

domingo, 13 de novembro de 2011

Há que seguir...


...e não olhar para trás, porque a música de Orpheu perderá a magia e Eurídice decerto morrerá

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

You really want me...

Apesar da chuva, ou talvez mesmo pela chuva...

apetece o Tejo e um pacote de castanhas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón

En la saliva
en el papel
en el eclipse
En todas las líneas
En todos los colores
En todas las jarras
En mi pecho
por fuera, por dentro
en el tintero, en la dificultad de escribir
En la montaña de mis ojos
en las últimas lunas del sol ( pero el sol no tiene lunas)
en todo, y decir todo es estúpido y magnífico Diego
en mi orina Diego
en mi boca
en mi corazón
en mi locura,
en mi sueño
en el papel secante
en la punta de la pluma,
en los lápices de colores
en los paisajes
en la comida
en el metal
en la imaginación
en las enfermedades
en las vitrinas, en sus mañas, en sus ojos
en su boca en sus mentiras Diego

Frida Kahlo


Exposição "Frida Kahlo. As suas fotografias", no Pavilhão Preto do Museu da Cidade

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não gosto...


de hipocrisias
de casas novas
de carros cinzentos
de humildade
de filmes em 3D
de pulsos com relógios
de bimbys e nespressos
de palmadinhas nas costas
de flores em jarras
de frases feitas que nada dizem...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Algures, no lado oculto de uma Lua de Açúcar

Vik Muniz no Museu Berardo, CCB

sábado, 5 de novembro de 2011

Take it or leave it!

Reglas del juego para los hombres que quieren amar a mujeres
I
El hombre que me ame
deberá saber descorrer las cortinas de la piel,
encontrar la profundidad de mis ojos
y conocer la que anida en mí,
la golondrina
transparente de la ternura.
II
El hombre que me ame
no querrá poseerme como una mercancía,
ni exhibirme como un trofeo de caza,
sabrá estar a mi lado
con el mismo amor
con que yo estaré al lado suyo.
III
El amor del hombre que me ame
será fuerte como los árboles de ceibo,
protector y seguro como ellos,
limpio como una mañana de diciembre.
IV
El hombre que me ame
no dudará de mi sonrisa
ni temerá la abundancia de mi pelo
respetará la tristeza, el silencio
y con caricias tocará mi vientre como guitarra
para que brote música y alegría
desde el fondo de mi cuerpo.
V
El hombre que me ame
podrá encontrar en mí
la hamaca para descansar
el pesado fardo de sus preocupaciones
la amiga con quien compartir sus íntimos secretos,
el lago donde flotar
sin miedo de que el ancla del compromiso
le impida volar cuando se le ocurra ser pájaro.
VI
El hombre que me ame
hará poesía con su vida,
construyendo cada día
con la mirada puesta en el futuro.
VII
Por sobre todas las cosas,
el hombre que me ame
deberá amar al pueblo
no como una abstracta palabra
sacada de la manga,
sino como algo real, concreto,
ante quien rendir homenaje con acciones
y dar la vida si necesario.
VIII
El hombre que me ame
reconocerá mi rostro en la trinchera
rodilla en tierra me amará
mientras los dos disparamos juntos
contra el enemigo.
IX
El amor de mi hombre
no conocerá el miedo a la entrega,
ni temerá descubrirse ante la magia del
enamoramiento
en una plaza pública llena de multitudes
Podra gritar —te quiero—
o hacer rótulos en lo alto de los edificios
proclamando su derecho a sentir
el más hermoso y humano de los sentimientos.
X
El amor de mi hombre
no le huirá a las cocinas
ni a los pañales del hijo,
será como un viento fresco
llevándose entre nubes de sueño y de pasado
las debilidades que, por siglos, nos mantuvieron
separados
como seres de distinta estatura
XI
El amor de mi hombre
no querrá rotularme o etiquetarme,
me dará aire, espacio,
alimento para crecer y ser mejor,
como una Revolución
que hace de cada día
el comienzo de una nueva victoria.

De Gioconda Belli

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

E sigamos juntos...



Noite quente, ontem em Lisboa

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Considerações filematológicas ou Cher?



(...) Afinal, porque beijamos? Simples: porque queremos. Porque nos rendemos aos afectos e nos deixamos levar pelos impulsos românticos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as suas funções.
(...)Por detrás de cada gesto escondem-se não só um emaranhado de reacções orgânicas, mas também uma miríade de motivações que nem sempre são óbvias. Beijamos por paixão, mas também por costume, educação, respeito e até por mera formalidade. A própria forma como beijamos varia de acordo com o que queremos expressar.
Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, as origens do beijo estão num instinto bem mais primário: o das mães primatas mastigarem a comida e a passarem às crias através da boca, um costume que sobrevive ainda em algumas tribos do Planeta. O gesto, especula Morris, terá evoluído para uma forma de confortar crianças esfomeadas quando a comida escasseava e, mais tarde, para demonstrar amor e carinho.
Para outros cientistas, beijar está ligado ao complexo processo de escolha de um parceiro. Quando duas pessoas se beijam, trocam uma série de informações (gustativas, mas também olfactivas, tácteis, visuais e até de postura) que, inconscientemente, as ajudam a perceber o grau de comprometimento do outro na relação. O gesto pode revelar até que ponto se está perante a pessoa ideal para formar família, sendo por isso uma acção fundamental para a sobrevivência das espécies.
A chave deste fenómeno está no olfacto. Beijar activa a libertação de feromonas que, ao serem detectadas, de forma inconsciente, pelas mulheres, as ajudam a escolher os parceiros que terão uma melhor descendência. A explicação está num conjunto de genes ligados a uma parte do sistema imunitário conhecida como complexo maior de histocompatibilidade (CMH), que, através do olfacto, desempenha um papel fundamental na atracção sexual. Aqui funciona a lei de que os opostos se atraem: elas preferem homens com um CMH diferente do seu, uma escolha influenciada pela Natureza: juntar parceiros com diferentes genes do sistema imunológico fortalece as defesas da geração seguinte, melhorando, assim, as hipóteses de sobrevivência da espécie.
A investigação revela outros dados interessantes, que vêm confirmar alguns estereótipos sobre os comportamentos sexuais dos dois géneros: os homens utilizam mais o beijo como um meio para atingir um envolvimento sexual e estão mais predispostos a ter sexo sem beijar, com alguém que considerem beijar mal ou mesmo com alguém por quem não se sintam atraídos. Já as mulheres, intuitivamente, tendem a usar o beijo para avaliar o estado da sua relação e o grau de comprometimento do seu parceiro.
O estudo revelou outro dado curioso: os homens preferem beijos mais molhados e com mais contacto de língua. A opção, percebe-se agora, não é ingénua. A saliva masculina contém grandes quantidades de testosterona que podem afectar a líbido das mulheres. Os cientistas baralham outra hipótese: a dos homens terem uma menor capacidade de detecção química e sensorial, precisando por isso de mais saliva para fazer a sua avaliação da parceira.
Igualmente complexa é a equação anatómica e fisiológica de um beijo. O acto põe em acção diversos músculos, cujo número varia em função da intensidade: um beijo carinhoso mobiliza 17 músculos; um mais apaixonado pode chegar aos 29, segundo a tese de doutoramento em Medicina da francesa Martine Mourier, que dedicou as duzentas páginas do seu trabalho aos efeitos do beijo. Outras revelações: a pressão exercida pode atingir os 12 quilos, os batimentos cardíacos disparam dos 70 para os 150 por minuto e são trocadas pelos menos 250 bactérias.
Por paradoxal que possa parecer, pode também ter efeitos terapêuticos, por exemplo, no combate à depressão. Segundo um estudo realizado no Reino Unido, beijar estimula o cérebro a libertar endorfinas, substâncias químicas que funcionam como uma espécie de 'opiáceo' natural do organismo, proporcionando sensações de prazer, euforia e bem-estar que ajudam a combater a depressão. Quanto mais excitantes e apaixonados os beijos, maiores os benefícios para a saúde. Além disso, baixa os níveis de cortisol, conhecida como a hormona do stress, e pode até funcionar como uma forma de 'vacinação' natural dos bebés: ao beijar o seu filho recém-nascido, a mãe transmite-lhes, de forma diluída e progressiva, os seus germes, desencadeando as defesas do organismo do bebé.
Indiferentes às dissertações científicas, beijamos, sobretudo, pelo prazer de beijar. Porque é, afinal, disso que se trata: de um prazer magnético em que duas almas se unem. Que importa o resto?

A ciência do beijo, por Nelson Marques, In Expresso de 12 de Março de 2009

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Indefinível?



Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem sabe porque ama, nem o que é amar 
Amar é a eterna inocência, 
E a única inocência, não pensar...


excerto de O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro