sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

...não houve tempo antes de nós


quando te beijo o beijo que tu me beijas
é que a flor envolve a terra que toca a flor
e é só a forma de os meus lábios dizerem que sim
e de os teus lábios dizerem que não
que não houve tempo antes de nós

Vasco Gato

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Não digas sorte, diz privilégio...

Se existe uma chave,
se existe uma chave que não derreta na boca,
se existe uma boca capaz de se abrir para outra boca,
então eu amo, eu beijo, eu deixo de esperar.

Então tu saltas e arrastas contigo toda a terra.
Convidas-me para o teu corpo
no gesto sem mágoa de um ombro que se expõe.
Tens anos de combustão solar,
e moves-te assim:
tocando simultaneamente o resgate e o perigo.

Ah forte como a loucura é o amor,
o amor como a electricidade dos campos.
O amor-pirâmide,
o amor-trevo-de-quatro-folhas,
o amor-moeda-achada-no-chão.
Não digas sorte, diz privilégio.
Não peças perdão, pede chuva.
Não recues, assombra-te.

Vasco Gato

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

...ainda o tempo

Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo
José Saramago

Eu sei
Que a vida tem pressa
Que tudo aconteça
Sem que a gente peça
Eu sei

Eu sei
Que o tempo não pára
O tempo é coisa rara
E a gente só repara
Quando ele já passou

Não sei se andei depressa demais
Mas sei, que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo que me dê mais tempo
Para olhar para ti
De agora em diante, não serei distante
Eu vou estar aqui
(...)






Excerto de letra de Miguel Gameiro

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

...do tempo

A E. dizia hoje a caminho da escola:
- O tempo passa tão depressa! Ontem o dia passou a correr... Já as férias foram tão rápidas...

Para  E. os momentos do tempo podiam ter nomes de estrelas...

Acho aberrante a velocidade do tempo e a estupidez de o medirmos em porções tão pequenas. Que cretina precisão haveria de ser inventada para nos predar milésimo de segundo a milésimo de segundo. Para as coisas práticas da vida,  o tempo devia ter fôlegos longos, que nos criassem a impressão de longevidade, ditos sem números, apenas expressões que fossem elogios ou nomes de flores encantadoras. O tempo tem de ser uma disciplina revista a nosso favor. Não importa que estejamos por ele limitados, importa que falemos dele apenas com amplitude, para que nos soe a uma companhia que fica mais do que um gesto que se faça.
Valter Hugo Mãe em JL nº 1155

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

...is love

The weight of the world
is love.
Under the burden
of solitude,
under the burden
of dissatisfaction

the weight,
the weight we carry
is love.

Who can deny?
In dreams
it touches
the body,
in thought
constructs
a miracle,
in imagination
anguishes
till born
in human--
looks out of the heart
burning with purity--
for the burden of life
is love,

but we carry the weight
wearily,
and so must rest
in the arms of love
at last,
must rest in the arms
of love.

No rest
without love,
no sleep
without dreams
of love--
be mad or chill
obsessed with angels
or machines,
the final wish
is love
--cannot be bitter,
cannot deny,
cannot withhold
if denied:

the weight is too heavy

--must give
for no return
as thought
is given
in solitude
in all the excellence
of its excess.

The warm bodies
shine together
in the darkness,
the hand moves
to the center
of the flesh,
the skin trembles
in happiness
and the soul comes
joyful to the eye--

yes, yes,
that's what
I wanted,
I always wanted,
I always wanted,
to return
to the body
where I was born.

Song em Howl de Allen Ginsberg

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Tu sabias que eu vinha ter contigo...

(...)Nós somos um instante no infinito
fragmento à deriva no Universo
O que somos não é para ser dito
o que sente não cabe num só verso

Enquanto olhares para mim eu sou eterna
estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
e a música que ouvimos vem de nós
fragmento de Clandestinos do Amor, letra de A. Pedro Vasconcelos

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

I can see through you

domingo, 4 de janeiro de 2015

Caixinha de doces...

 

...o Bolacha, o Biscoito, o Brownie e a Baunilha

sábado, 3 de janeiro de 2015

E chegou 2015...

...contigo.

2014 deixou-nos assim...


...na cauda de uma baleia
Vale, 31 de Dezembro de 2014