sexta-feira, 26 de maio de 2017

Podia ficar aqui, enquanto a noite respira nas janelas embaciadas

Abro a porta.
Olho constantemente para o mapa
mas já não me lembro para onde queria ir.
Podia ficar aqui,
enquanto a noite respira nas janelas embaciadas.
Os móveis apagam-me os passos
em ângulos cegos
e, nessas sombras do incerto,
deixo que o cansaço me tire a peruca da paciência
assim como a noite nos tira a roupa
antes de dormir.
Isolado num cantinho da boca entreaberta,
o teu sorriso
vai contribuindo para o genocídio dos camarões
que o vinho branco torna sempre menos sangrento.
Poderia, de facto, ficar aqui
enquanto desapareces, por fim, num sono sem importância.
Vou esvaziando os copos
e começo a compilar beijos,
como quem junta, à pressa, moedas caídas pelo chão:
somos todas putas, rapaz,
com ou sem vodka.
Golgona Anghel - in Vim porque me pagavam, Mariposa Azual, 2011

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Do acaso...

terça-feira, 16 de maio de 2017

Hoje...

...permiti-me um vislumbre de Tejo, apimentado pela bruxaria de Lispector...
No retorno, um alheamento, uma paz, merecidos.

terça-feira, 9 de maio de 2017

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Quando me tocas por dentro...

Embarca em mim
Que o tempo é curto
Lá vem a noite
Faz-te mais perto
Amarra assim
O vento ao corpo
Embarca em mim
Que o tempo é curto
Embarca em mim