quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

E, mesmo sem boca, posso chamar por ti

Tira-me a luz dos olhos - continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos - continuarei a ouvir-te
E, mesmo sem pés, posso caminhar para ti
E, mesmo sem boca, posso chamar por ti.
Arranca-me os braços e tocar-te-ei
Com o meu coração como com uma mão...
Despedaça-me o coração - e o meu cérebro baterá
E, mesmo que faças do meu cérebro uma fogueira,
Continuarei a trazer-te no meu sangue


Livro de Horas de R.M. Rilke

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Sobre a paciência e as pequenas coisas

É preciso permitir às coisas
seu próprio passo,
quieto, sem perturbações,
oriundo do mais profundo,
sem que sejam acossadas,
sem que sejam aceleradas por nada,
quando tudo é tornar-se — até
dar-se à luz…
Amadurecer como a árvore
que não apressa sua seiva
e aguarda,
sossegada, nas tempestades primaveris,
sem medo de que não chegue mais o verão.
Ele virá sim!
Mas virá apenas para os pacientes,
que aí estão como se a eternidade
estivesse à sua frente,
impávidos, quietos e largos…
É preciso ter paciência
com o inconcluso no peito.
É preciso tentar amar as próprias perguntas
como quartos fechados
e livros escritos numa língua muito estrangeira.
É preciso viver tudo.
Quando se vive as perguntas, vive-se também,
talvez, aos poucos,
sem que se perceba,
no romper de um dia desconhecido,
o começo das respostas.
De Rilke

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Tu que tens o meu olhar...

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Um remelexo...



sexta-feira, 24 de maio de 2019

Quero...

sábado, 2 de fevereiro de 2019

La verdad...

Eva Armisen