quinta-feira, 31 de março de 2016

Sim, avó permaneço um fervilhão...

Os nómadas não têm quatro estações. 
Só têm uma, a Primavera e é isso que perseguem durante toda a vida, o nascer, o despontar das coisas. Eles só acreditam no nascimento. 
Num eterno nascimento. 
Estão sempre a nascer. Não envelhecem, nem morrem. 
Todos os seus estágios são maneiras de florir. [...]
Um nómada, quando parece dizer adeus, está na verdade a dizer bom dia. Não tem outro cumprimento.
Excerto de Paralaxe de Afonso Cruz, no JL de 14 a 27 de outubro de 2015

sexta-feira, 25 de março de 2016

Uma vez que já tudo se perdeu...










Nada se perde por mais que aconteça...
Excertos de Obra Poética de Ruy Belo

quinta-feira, 24 de março de 2016

Por caminhos marafados...


25 kms de amêndoas, e mar, e figueiras, e cal, e formosos braços de ria, e risadas, e descobertas, e noras, e veredas decoradas de flores...


segunda-feira, 21 de março de 2016

Da poesia...


sábado, 19 de março de 2016

Anamneses


segunda-feira, 14 de março de 2016

5...

Nesse verão, o vento despenteou os campos e os barcos
andaram aos gritos sobre as ondas. A beleza excessiva
das crianças arrombou os espelhos; e as raparigas,
surpreendendo a intimidade dos pais, enlouqueceram
nos corredores e foram perder-se, também elas,
na volúpia dos dias. Nas árvores centenárias,
 rebentaram frutos que inflamavam a concha das mãos
e escorregavam para  boca com a pressa dos nomes
proibidos. O sol queimou as páginas do livro
interrompido na violência de um poema e revirou
os cantos do único retrato que resistira à moldura
do tempo. De noite, os rapazes deitam-se à baías
atrás de estrelas; e os amantes, incomodados
com a exiguidade dos quartos, foram fazer amor
nos balneários frios da praia e acordaram nas vozes
um do outro. Já não sei o que disse e o que disseste:

o verão desarrumou os sentimentos.
Maria do Rosário Pedreira

sexta-feira, 11 de março de 2016

Salt in the air, sand in your hair


Li algures esta expressão e de repente estava em contagem decrescente.
9...

quinta-feira, 10 de março de 2016

...um fio de tempo

Em breve partirei de novo
e caminharei por desertos e por desastres
e por leituras exasperadas e citações,
entre palavras, sem ninguém real que me espere e me abra a porta.
O jantar arrefecerá na mesa,
os meus livros desesperarão
e não haverá sentido que os conforte
e o meu nome, se tiver um nome, não me responderá.
E no entanto um fio de tempo ou um fio de sangue,
ou então algo ainda menos palpável,
o que partiu e o que ficou regressando um ao outro
por galerias intermináveis e sonhos desfigurados,
ausentes um do outro, desaparecendo um no outro
como se esgota a água no fundo de um poço.

Talvez de noite 2. de Manuel António Pina

quarta-feira, 2 de março de 2016

Restlessness is me



terça-feira, 1 de março de 2016

O amor deve ser um acto, uma acção...




Tarkovsky dixit