quinta-feira, 18 de junho de 2015

dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem, quam minimum credula postero

...e agora queria recuperar o tempo perdido, palavras estas insensatas, entre as que mais o forem, expressão absurda com a qual supomos enganar a dura realidade de que nenhum tempo perdido é recuperável, como se acreditássemos, ao contrário dessa verdade, que o tempo que críamos para sempre perdido teria, afinal, resolvido ficar parado lá atrás, esperando com a paciência de quem dispõe o tempo todo, que déssemos pela falta dele.

Excerto de A Caverna de José Saramago

Sem comentários: