terça-feira, 27 de janeiro de 2015

...do tempo

A E. dizia hoje a caminho da escola:
- O tempo passa tão depressa! Ontem o dia passou a correr... Já as férias foram tão rápidas...

Para  E. os momentos do tempo podiam ter nomes de estrelas...

Acho aberrante a velocidade do tempo e a estupidez de o medirmos em porções tão pequenas. Que cretina precisão haveria de ser inventada para nos predar milésimo de segundo a milésimo de segundo. Para as coisas práticas da vida,  o tempo devia ter fôlegos longos, que nos criassem a impressão de longevidade, ditos sem números, apenas expressões que fossem elogios ou nomes de flores encantadoras. O tempo tem de ser uma disciplina revista a nosso favor. Não importa que estejamos por ele limitados, importa que falemos dele apenas com amplitude, para que nos soe a uma companhia que fica mais do que um gesto que se faça.
Valter Hugo Mãe em JL nº 1155

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