terça-feira, 17 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Lá por casa...
(...)Rudolph the Red-Nosed Reindeer
Had a very shiny nose,
And if you ever saw it,
You would even say it glows. Like a light bulb!
All of the other reindeer
Used to laugh and call him names;
They never let poor Rudolph
Join in any reindeer games.(...)
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Bom dia Sol! Parabéns a mim...
Se o que merece ser visto está escondido não precisas de olhos. É isso?
Atlas do Corpo e da Imaginação... de GMT
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
L'amour et Callas
L'oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l'aile et s'envola;
L'amour est loin, tu peux l'attendre;
Tu ne l'attend plus, il est là!
Tout autour de toi vite, vite,
Il vient, s'en va, puis il revient!
Tu crois le tenir, il t'évite;
Tu crois l'éviter, il te tient!
L'amour, l'amour, l'amour, l'amour!
domingo, 1 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
um dia o lume. no outro o adeus.
sempre como se a vida se despenhasse em "ses" e "quandos"
sempre na retórica das agulhas e dos redundantes abismos
sempre um dia como nenhum outro. em que tudo é alegórico.
.
um dia o gelo. no outro o abraço.
mais tarde a faca e o desenlace.
.
sempre a sublime esfericidade de um curto-circuito esvoaçante.
sempre a Fala e o Silêncio.
.
um dia todos os dias se cortam no seio de quem parte.
.
mais perto o pensamento é apenas cópia. vacilante.
abraço-te.
_____________.aurífera.
sem meio nem fim.
um dia o lume. no outro o adeus. que é perto. e sempre a luz.
sempre na retórica das agulhas e dos redundantes abismos
sempre um dia como nenhum outro. em que tudo é alegórico.
.
um dia o gelo. no outro o abraço.
mais tarde a faca e o desenlace.
.
sempre a sublime esfericidade de um curto-circuito esvoaçante.
sempre a Fala e o Silêncio.
.
um dia todos os dias se cortam no seio de quem parte.
.
mais perto o pensamento é apenas cópia. vacilante.
abraço-te.
_____________.aurífera.
sem meio nem fim.
um dia o lume. no outro o adeus. que é perto. e sempre a luz.
Isabel Mendes Ferreira em As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Da serenidade das coisas simples
...e depois apanhamos azeitonas e laranjas e o que mais houver.
...deixamos que o sol nos envolva.
...e assamos castanhas observados apenas pela noite.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Estamos sós com tudo aquilo que amamos
Com o mote da frase de Novalis, Gonçalo M. Tavares disserta assim:
A nossa solidão tem o tamanho das nossas ligações. Um casal de namorados que está apaixonado cria uma solidão, despovoa tudo à sua volta, desliga-se de tudo o resto (...) a escolha amorosa é uma escolha antecedida de uma grande violência, é não escolher os outros, quase ignorá-los. O elogio de duas pessoas que se enamoram, que se esquecem de tudo, não precisam de mais nada, pode ser visto como algo absolutamente insultuoso em relação a toda a cidade (...) Se todas as pessoas estivessem totalmente enamoradas e lhes fosse totalmente indiferente se a principal torre da cidade caísse ou não, não ficaria ninguém para a proteger. Todas as cidades já teriam sucumbido
Em entrevista no Jornal de Letras, nº 1125
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Outono do amor que folhas moves, na direcção dos corpos separados
Título - excerto de poema de Gastão Cruz
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Amore
Havia uma palavra no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava no chão da água.
Do fundo do tempo, martelava. Contra o muro.
Uma palavra. No escuro.
Que me chamava.
Eugénio de Andrade
terça-feira, 12 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Pero que las hay, las hay
Sempre me senti mais atraída, pelo dark side, as aranhas, as cobras, os grifos e as corujas, e todos os animaizinhos supostamente repelentes, os cemitérios locais eternamente românticos e os espaços mofentos e húmidos a envolverem-me como o mais inebriante aroma.
Las brujas, será que las hay? É que hoje deixaram-me fora de casa sem chaves e sem carro.
Influências do Allhallow-eve?
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Desaguando...
Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca, no Livro de Sóror Saudade
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
[Always] take a walk on the wild side...
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Doo do doo doo do doo doo do doo
Lou Reed 1942-2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Eles crescem...
-Está ali a G e a M, vê lá se não me fazes passar vergonhas.
Isto porque eu cumprimento de forma simpática as suas amiguinhas.
Depois ao portão abraçou-me de paixão despudoradamente...
domingo, 20 de outubro de 2013
Numa tarde de Domingo
(...)É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre.(...) Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
MEC no Último Volume
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Hoje só por ser Outono, vou...
Hoje, só por ser Outono, vou chamar-te meu amor
Contra as regras do que somos, vou chamar-te meu
amor
Hoje só por ser diferente te encontrar
É tanto o fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
E embora fique tanto por contar
Hoje, só por ser Outono, vou...
Entre dentes, entre a fuga, vou chamar-te meu amor
Enquanto não se encontra forma, vou chamar-te meu
amor
Entre gente que é demais e tão pequena para saber
Que é tanto vento a favor
Mas tão pouco o espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar...
Hoje, só por ser Outono, vou...
E há flores e há cores e há folhas no chão
que podem não voltar...
podes não voltar.
Mas é eterno em nós
e não vai sair...
Desce o tempo e a noite vem lembrar que as tuas mãos
também
já não são de nós para ficar
Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje, só por ser Outono, vou...
Contra as regras do que somos, vou chamar-te meu
amor
Hoje só por ser diferente te encontrar
É tanto o fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
E embora fique tanto por contar
Hoje, só por ser Outono, vou...
Entre dentes, entre a fuga, vou chamar-te meu amor
Enquanto não se encontra forma, vou chamar-te meu
amor
Entre gente que é demais e tão pequena para saber
Que é tanto vento a favor
Mas tão pouco o espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar...
Hoje, só por ser Outono, vou...
E há flores e há cores e há folhas no chão
que podem não voltar...
podes não voltar.
Mas é eterno em nós
e não vai sair...
Desce o tempo e a noite vem lembrar que as tuas mãos
também
já não são de nós para ficar
Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje, só por ser Outono, vou...
Tiago Bettencourt
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Quando o sol me encontrar
i will wade out
till my thighs are steeped in burning flowers
i will take the sun in my mouth
and leap into the ripe air
alive
with closed eyes
to dash against darkness
in the sleeping curves of my body
shall enter fingers of smooth mastery
with chasteness of sea-girls
will i complete the mystery
of my flesh
I will rise
After a thousand years
lipping flowers
And set my teeth in the silver of the moon
till my thighs are steeped in burning flowers
i will take the sun in my mouth
and leap into the ripe air
alive
with closed eyes
to dash against darkness
in the sleeping curves of my body
shall enter fingers of smooth mastery
with chasteness of sea-girls
will i complete the mystery
of my flesh
I will rise
After a thousand years
lipping flowers
And set my teeth in the silver of the moon
E.E. Cummings
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Rescaldo de um fim-de-semana
A vida, é certo, não será um sítio excepcional para as paixões.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito com palavras equívocas
(...)
Os dias são instrumentos que exigem afinação,
e o amor tem um ouvido particular, capaz de reconhecer as mais leves variações. Invulneráveis
à morte só os mortos e, temporariamente, os que amam.
Mas sem falsas expectativas: o melhor lado não é perfeito
porque é lado - e um lado tem sempre o lado oposto.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito com palavras equívocas
(...)
Os dias são instrumentos que exigem afinação,
e o amor tem um ouvido particular, capaz de reconhecer as mais leves variações. Invulneráveis
à morte só os mortos e, temporariamente, os que amam.
Mas sem falsas expectativas: o melhor lado não é perfeito
porque é lado - e um lado tem sempre o lado oposto.
Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares, cantos III e IX.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Porque eles gostam
As pessoas crianças não precisam que as pessoas adultos imaginem por elas.
A capacidade de criar e recriar ambientes e reinventar a vida é-lhes natural.
Umas mesas e umas cadeiras podem ser os suportes ideais para vender a um qualquer cliente que passa (pai) as bolotas que já começaram a cair ou partes de um velho leque desmembrado.
Uma mãe sentada a ler passa rapidamente a ser um polícia sinaleiro que comanda um trânsito desenfreado de bicicletas.
Espaços como a Kidzania não nascem para ajudar as crianças a brincar aos adultos. Essas práticas existem desde sempre e entre praticamente todos os animais. Imitamos e a brincar aprendemos naturalmente.
Kidzanias pretendem formatar, arrebanhar mentes e fidelizar futuros consumidores, e se não são os pais que os levam ao paraíso do consumo, as escolas com o seu beneplácito, porque até mais sai mais em conta, encarregam-se de colmatar a falha intolerável.
Como dizer não?
Coitadinha, vão todos os colegas! Dizem uns.
Porque eles gostam! Dizem outros.
Questionar o inquestionável já nos valeu olhares de espanto e alguns epítetos alienígenas, mas sabemos que valerá a pena defender o que acreditamos, mesmo que apenas por isso mesmo.
O mundo dos adultos não é, nem deve parecer ser apenas o de trabalhar, para ganhar dinheiro para o consumir em seguida. Tentar reduzir a vida a isso com o intuito obscuro de educar brincando é, não só mutilante, porque exclui a possibilidade de outras opções de mundo, como usurpador da natural capacidade de criar.
A capacidade de criar e recriar ambientes e reinventar a vida é-lhes natural.
Umas mesas e umas cadeiras podem ser os suportes ideais para vender a um qualquer cliente que passa (pai) as bolotas que já começaram a cair ou partes de um velho leque desmembrado.
Uma mãe sentada a ler passa rapidamente a ser um polícia sinaleiro que comanda um trânsito desenfreado de bicicletas.
Espaços como a Kidzania não nascem para ajudar as crianças a brincar aos adultos. Essas práticas existem desde sempre e entre praticamente todos os animais. Imitamos e a brincar aprendemos naturalmente.
Kidzanias pretendem formatar, arrebanhar mentes e fidelizar futuros consumidores, e se não são os pais que os levam ao paraíso do consumo, as escolas com o seu beneplácito, porque até mais sai mais em conta, encarregam-se de colmatar a falha intolerável.
Como dizer não?
Coitadinha, vão todos os colegas! Dizem uns.
Porque eles gostam! Dizem outros.
Questionar o inquestionável já nos valeu olhares de espanto e alguns epítetos alienígenas, mas sabemos que valerá a pena defender o que acreditamos, mesmo que apenas por isso mesmo.
O mundo dos adultos não é, nem deve parecer ser apenas o de trabalhar, para ganhar dinheiro para o consumir em seguida. Tentar reduzir a vida a isso com o intuito obscuro de educar brincando é, não só mutilante, porque exclui a possibilidade de outras opções de mundo, como usurpador da natural capacidade de criar.
domingo, 29 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
O peso dos vícios
(...) Os dias são Outonos: choram… choram…
Há crisântemos roxos que descoram…
Há murmúrios dolentes de segredos…
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!…
Há crisântemos roxos que descoram…
Há murmúrios dolentes de segredos…
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!…
Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
António Ramos Rosa 1924-2013
O que é um encontro
breve e interminável sem um adeus final
um encontro é uma viagem fora do mundo
no mundo que nunca é verdadeiramente real
na fantasia ansiosa das palavras vibrantes
nunca é o que é
entre
o que é e não é
imaginária e vocálica
fora da sintaxe convencional
no interior de uma galáxia do vento
no espaço branco de uma alegria sem termo
no ar das palavras na respiração de uma laranja
António Ramos Rosa
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Memórias de um chapéu
Um dia entre a memória e o esquecimento
Colhi aquele chapéu envelhecido
Soltei o pó antigo entregue ao vento
Lembrando aquele sorriso prometido
As abas tinham vincos mal traçados
Marcados pelas penas ressequidas
As curvas eram restos enfeitados
De um corte de paixões então vividas.
Aldina Duarte, excerto de fado Memórias de um Chapéu
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Era uma vez...
...um espaldar, por onde todos subíamos e nos segurava firme e imponente. Foi de todos, e queriam que fosse de ninguém.
Agora é meu.
Alfama
Das escadinhas de S. Miguel, ao Chafariz de Dentro, embalados pelo fado vadio, alfamámo-nos noite fora
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Ainda a propósito do temps qui passe vite
Hoje troquei o meu feio e moderno passe-vite, de um plástico asséptico e sem graça, por este velhinho e delicioso, repleto de memórias
Un jour on se réveille...
...e temos mais de 40 anos e passou depressa demais e questionamos as escolhas, o que nos rodeia, como temos usado o tempo, se nos temos deslumbrado o suficiente com a vida e constatamos que queremos mais.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Ontem vindimámos na rua de cima...
Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.
Excerto de O outro livro de Job de Miguel Torga
sábado, 31 de agosto de 2013
Nesse tempo, em Lisboa...
...a leiteira, matrona de farta e longa trança, trazia-nos o leite em alcofas, o padeiro deslocava os aromas do pão em grandes cestos que ajoujavam a bicicleta, o peixe brilhava na Citroen Hy e eu esperava os amigos na rua para as brincadeiras de sempre.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Já cheira a Setembro
Hoje pela manhã cheirava a Setembro
e de repente saltei para o poema do Ary
os pensamentos também são como as cerejas e eu já caminhava pelas memórias da feira...
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Urbano 1923-2013
Tu és a alegria primordial, a liberdade absoluta, que eu não aguento longe de mim, noutros cenários, noutros convívios, dando a alguém que não eu a vida inteira o afecto que de ti transbordam.
Sei que este amor é excessivo e devia poder controlá-lo (ninguém esgota ninguém), que posso eu contra o facto de tu viveres sempre o presente e estares bem onde estás, com quem estás, na mais inocente das relações ou, quem sabe, na mais subitamente intensa?!
Simplesmente sofro. Um dia acordarei talvez de olhos secos e frios e dir-me-ei: “Consigo viver por mim e sorrir mesmo sem ti e olhar a vida como um jardim ligeiro, onde há plantas e flores voltadas para mim. Conseguirei? Pouco mais vejo no ecrã do mundo que não sejas tu ou as coisas que tu vês e que eu quero só para ti.
(…)
Agora dirás talvez a outro as palavras que nunca me disseste. As caricaturas humanas transformaram-se, ou mudam de repente, e tu és tão imediata, inteira e radical nos teus gestos que de um momento para o outro podes alterar a rota. Ou não? Eu serei aquele que está certo, seguro, lá longe (aqui ao pé do mar), enquanto a vida nova e excitante fluí ao teu lado, ou nem isso: serei apenas aquele que findou, o tempo sobre o qual cai o pano. Estou decerto exagerando, rente ao masoquismo. Eu sei que não consigo, neste desterro por nos escolhido, imaginar-te, a chama que tu és, dando ao desbarato sorrisos, superlativos, movimentos e palavras quentes, a outros amigos, presa noutros afazeres e noutros ócios, noutra existência, tu que tão depressa e desprevenidamente te afeiçoas e inventas as pessoas, tu que és ao mesmo tempo grito, solidariedade, indignação, carinho e desprendimento…
Sei que este amor é excessivo e devia poder controlá-lo (ninguém esgota ninguém), que posso eu contra o facto de tu viveres sempre o presente e estares bem onde estás, com quem estás, na mais inocente das relações ou, quem sabe, na mais subitamente intensa?!
Simplesmente sofro. Um dia acordarei talvez de olhos secos e frios e dir-me-ei: “Consigo viver por mim e sorrir mesmo sem ti e olhar a vida como um jardim ligeiro, onde há plantas e flores voltadas para mim. Conseguirei? Pouco mais vejo no ecrã do mundo que não sejas tu ou as coisas que tu vês e que eu quero só para ti.
(…)
Agora dirás talvez a outro as palavras que nunca me disseste. As caricaturas humanas transformaram-se, ou mudam de repente, e tu és tão imediata, inteira e radical nos teus gestos que de um momento para o outro podes alterar a rota. Ou não? Eu serei aquele que está certo, seguro, lá longe (aqui ao pé do mar), enquanto a vida nova e excitante fluí ao teu lado, ou nem isso: serei apenas aquele que findou, o tempo sobre o qual cai o pano. Estou decerto exagerando, rente ao masoquismo. Eu sei que não consigo, neste desterro por nos escolhido, imaginar-te, a chama que tu és, dando ao desbarato sorrisos, superlativos, movimentos e palavras quentes, a outros amigos, presa noutros afazeres e noutros ócios, noutra existência, tu que tão depressa e desprevenidamente te afeiçoas e inventas as pessoas, tu que és ao mesmo tempo grito, solidariedade, indignação, carinho e desprendimento…
Urbano Tavares Rodrigues excerto de a Margem da Ausência
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Pensamentos...
Mesmo
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito
Adília Lopes
sábado, 6 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
quarta-feira, 26 de junho de 2013
terça-feira, 25 de junho de 2013
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Bom dia amor!
Queres
sair por aí de mãos dadas,
ver sol a pôr-se de um telhado de Lisboa,
trocar confidências entre o vinho e o petisco,
roçar as pernas no escuro de uma sala de teatro,
e prolongar até ao infinito este dia, comigo e um mangerico, e bailarmos ao solstício de verão?
terça-feira, 18 de junho de 2013
Desamor
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato
Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato
Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato
Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Poema do Desamor, de O'Neill
segunda-feira, 17 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Dreaming sardines...
Hoje liguei ao meu peixeiro para encomendar umas sardinhas para os santos. Fui recebida com isto...
segunda-feira, 3 de junho de 2013
(...)
Me han querido de muchas formas:
A golpes
porque te quiero tanto que lo hago por tu bien,
en silencio
porque te quiero tanto que no es necesario decírtelo,
a escondidas
porque te quiero tanto que nadie puede saberlo.
Pero yo
sólo quiero que me quieran de una forma:
Sin pasar miedo ni un solo minuto
recordándemelo todos los días
gritando a los cinco océanos la verdad,
porque quereme tanto
de otras maneras
es una puta mentira.
A golpes
porque te quiero tanto que lo hago por tu bien,
en silencio
porque te quiero tanto que no es necesario decírtelo,
a escondidas
porque te quiero tanto que nadie puede saberlo.
Pero yo
sólo quiero que me quieran de una forma:
Sin pasar miedo ni un solo minuto
recordándemelo todos los días
gritando a los cinco océanos la verdad,
porque quereme tanto
de otras maneras
es una puta mentira.
Las maneras de Ada Menéndez
quarta-feira, 29 de maio de 2013
terça-feira, 28 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
Qual foi a coisa mais estranha que já comeste?
Perguntávamos uns aos outros antes de entrarmos...pernas de rã, mioleira, língua de vaca, bochechas de porco, rena...
Bah!
Urtigas, tenébrios em bolo, polvilhando uma tosta, vivos...ou gafanhotos com chocolate e as pernas like chips, very crunchy...diríamos umas horitas depois.
No entanto nada de especial
sexta-feira, 24 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
quinta-feira, 16 de maio de 2013
terça-feira, 14 de maio de 2013
Acariciando los recuerdos...
Los famas para conservar sus recuerdos proceden a embalsamarlos en la siguiente forma: luego de fijado el recuerdo con pelos y señales, lo envuelven de pies a cabeza en una sábana negra y lo colocan parado contra la pared de la sala, con un cartelito que dice: "Excursión a Quilmes", o: "Frank Sinatra".
Los cronopios, en cambio, esos seres desordenados y tibios, dejan los recuerdos sueltos por la casa, entre alegres gritos, y ellos andan por el medio y cuando pasa corriendo uno, lo acarician con suavidad y le dicen: "No vayas a lastimarte", y también: "Cuidado con los escalones". Es por eso que las casas de los famas son ordenadas y silenciosas, mientras que en las de los cronopios hay gran bulla y puertas que golpean. Los vecinos se quejan siempre de los cronopios, y los famas mueven la cabeza comprensivamente y van a ver si las etiquetas están todas en su sitio.
excerto de Historias de Cronopios y de Famas de Julio Cortazar
...indiferente às queixas dos demaissegunda-feira, 13 de maio de 2013
Voltar
Não gosto de voltar atrás, quem me conhece sabe que até fazer marcha atrás, num carro, me incomoda
E até se diz que nunca devemos voltar aos lugares onde fomos felizes...
Por outro lado é o passado que me fascina.
Voltar não é obrigatoriamente atrás, voltar é reviver, relembrar e refazer percursos, momentos.
A E. tem 7 anos e perguntava-me há uns dias, pelo meio de rodopios: -Como se dá a volta ao passado?
Respondi-lhe: - Não se dá.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
A tua mão, mãe
Por aqui, voltei a ser a menina que, de mão dada contigo, sorria.
O sorriso, um legado para toda a vida.
Obrigada mamã
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Dúvida celestial
E se uma Estrela nos pergunta:
- O Céu também vai à escola? Sim...para saber quando deve ser dia ou ser noite.
Respondemos ( sempre):
- Não é só na escola que se aprende e para mais o Céu já tem muita idade e já sabe bem o que tem que fazer...
A Estrela fica satisfeita... por agora
terça-feira, 30 de abril de 2013
Alice teria hoje 91 anos
(...)Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la (...)
Clarice Lispector
A Clarice chegou ao Brasil quando tu nasceste Alice. Ela começou a coleccionar palavras e tu continuaste analfabeta. Queria aqui comigo um daqueles papelinhos onde, para não o perderes da memória, praticavas o teu nome tremido, por fim já sustentando a tua mão na minha.
Tinhas as mãos gastas e perfumadas de cenouras.
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