sempre na retórica das agulhas e dos redundantes abismos
sempre um dia como nenhum outro. em que tudo é alegórico.
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um dia o gelo. no outro o abraço.
mais tarde a faca e o desenlace.
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sempre a sublime esfericidade de um curto-circuito esvoaçante.
sempre a Fala e o Silêncio.
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um dia todos os dias se cortam no seio de quem parte.
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mais perto o pensamento é apenas cópia. vacilante.
abraço-te.
_____________.aurífera.
sem meio nem fim.
um dia o lume. no outro o adeus. que é perto. e sempre a luz.
Isabel Mendes Ferreira em As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar
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