sábado, 30 de novembro de 2013

um dia o lume. no outro o adeus.

sempre como se a vida se despenhasse em "ses" e "quandos"
sempre na retórica das agulhas e dos redundantes abismos
sempre um dia como nenhum outro. em que tudo é alegórico.
.
um dia o gelo. no outro o abraço.
mais tarde a faca e o desenlace.
.
sempre a sublime esfericidade de um curto-circuito esvoaçante.
sempre a Fala e o Silêncio.
.
um dia todos os dias se cortam no seio de quem parte.
.
mais perto o pensamento é apenas cópia. vacilante.
abraço-te.
_____________.aurífera.

sem meio nem fim.
um dia o lume. no outro o adeus. que é perto. e sempre a luz.

Isabel Mendes Ferreira em As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar

Sem comentários: