terça-feira, 19 de novembro de 2013

Estamos sós com tudo aquilo que amamos


Com o mote da frase de Novalis, Gonçalo M. Tavares disserta assim:
A nossa solidão tem o tamanho das nossas ligações. Um casal de namorados que está apaixonado cria uma solidão, despovoa tudo à sua volta, desliga-se de tudo o resto (...) a escolha amorosa é uma escolha antecedida de uma grande violência, é não escolher os outros, quase ignorá-los. O elogio de duas pessoas que se enamoram, que se esquecem de tudo, não precisam de mais nada, pode ser visto como algo absolutamente insultuoso em relação a toda a cidade (...) Se todas as pessoas estivessem totalmente enamoradas e lhes fosse totalmente indiferente se a principal torre da cidade caísse ou não, não ficaria ninguém para a proteger. Todas as cidades já teriam sucumbido

Em entrevista no  Jornal de Letras, nº 1125

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