sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Há dias assim...de cerração.

Passamos pelas coisas sem as ver, 
gastos como animais envelhecidos; 
se alguém chama por nós não respondemos, 
se alguém nos pede amor não estremecemos: 
como frutos de sombra sem sabor 
vamos caindo ao chão apodrecidos. 


Em As Mãos e os Frutos, de Eugénio de Andrade, 1948 

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