Não gosto de meias-tintas
Não tenho medo da morte, mas aterroriza-me o seu vagar.
Sou viciada em paixão. Cultivo-a.
Corro em contra-relógio, dizem que estou sempre com pressa de alguma coisa.
Quando estou "nada" fujam de mim.
Falo com os olhos, com o rosto todo, não consigo disfarçar o que penso.
Cultivo a incoerência, dizes tu, e eu sei que é porque me arrepiam os clichés.
Prefiro o tudo ou nada ao manso racionamento do amor, da vida.
Uso a música, os filmes, e os livros como bandas sonoras animadas dos meus estados de espírito.
Alimento-me do passado, sou nostálgica talvez uma deformação.
Prefiro os meios, quando atinjo um fim, desinteresso-me.
Ainda não sei se sou avestruz ou se prefiro ver apenas o lado radioso da vida.
Desapareço facilmente de um diálogo, sou prisioneira dos pensamentos que me invadem.
O mimo que sempre me rodeou, diz-me constantemente que posso conseguir tudo o que quero, a vida tem-me ensinado que não.
O que penso sai-me da boca de imediato e em catadupa.
Detesto voltar atrás, mas volto sempre aos lugares onde fui feliz.
Nunca me esforço para que gostem de mim, venham apenas os que me merecem.
Dobro os cantinhos dos livros para não perder as frases que me marcam, vês nunca poderia afagar assim o Kindle.
Tenho este nariz empinado de imperturbável, mas poucos sabem que sou frágil como um beija-flor.
Sou anti-social, não tenho amigos, as pessoas decepcionam-me sempre.
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