Afonso Cruz em Flores
domingo, 27 de dezembro de 2015
I put a spell on you...
(...) numa relação, o beijo terá sempre de manter a densidade do primeiro, a história de uma vida, todos os pores-do-sol, todas as palavras murmuradas no escuro, toda a certeza do amor.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
sábado, 19 de dezembro de 2015
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Da matéria...
Não importa o que se ama.
Importa a matéria desse amor.
As sucessivas camadas de uma vida que se atiram para dentro desse amor.
As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio.
Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida.
Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor.
O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência.
Importa a matéria desse amor.
As sucessivas camadas de uma vida que se atiram para dentro desse amor.
As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio.
Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida.
Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor.
O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência.
Inês Pedrosa em Fazes-me falta.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Vazio
Poderia ter sido diferente?
Está selado o passado
Agora e só agora, a mente mente
Quando crê regressar ao mesmo estado:
Mente a si mesma como espelho em frente
Do qual quem está é já somente o tempo
Gastão Cruz em Oxido
Está selado o passado
Agora e só agora, a mente mente
Quando crê regressar ao mesmo estado:
Mente a si mesma como espelho em frente
Do qual quem está é já somente o tempo
Gastão Cruz em Oxido
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
(Com)pulsões...
Quando gosto...absorvo até à indigestão.
Depois...fico incapaz de gostar durante muito tempo.
Depois...fico incapaz de gostar durante muito tempo.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Il faut se le dire...
Je vous aime, mon pauvre ange, vous le savez bien, et pourtant vous voulez que je vous l'écrive. Vous avez raison.
Il faut s'aimer, et puis il faut se le dire, et puis il faut se l'écrire, et puis il faut se baiser sur la bouche, sur les yeux, et ailleurs. Vous êtes ma Juliette bien-aimée.
Quand je suis triste, je pense à vous, comme l'hiver on pense au soleil, et quand je suis gai, je pense à vous, comme en plein soleil on pense à l'ombre. Vous voyez bien, Juliette, que je vous aime de toute mon âme.
Vous avez l'air jeune comme une enfant, et l'air sage comme une mère, aussi je vous enveloppe de tous ces amours à la fois.
Baisez-moi, belle Juju !
Il faut s'aimer, et puis il faut se le dire, et puis il faut se l'écrire, et puis il faut se baiser sur la bouche, sur les yeux, et ailleurs. Vous êtes ma Juliette bien-aimée.
Quand je suis triste, je pense à vous, comme l'hiver on pense au soleil, et quand je suis gai, je pense à vous, comme en plein soleil on pense à l'ombre. Vous voyez bien, Juliette, que je vous aime de toute mon âme.
Vous avez l'air jeune comme une enfant, et l'air sage comme une mère, aussi je vous enveloppe de tous ces amours à la fois.
Baisez-moi, belle Juju !
Victor Hugo , à Juliette Drouet, le 7 mars 1833
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Dança das folhas
Da minha janela vejo as folhas de plátano que numa dança frenética, que as leva ao céu, escapam de ser apanhadas.
Sobem, descem, baloiçam e eu quero ir com elas...
Sobem, descem, baloiçam e eu quero ir com elas...
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Una havanera
Si pogués enfilar-me a l'onada més alta
i guarnir de palmeres el record,
escampant amb canyella totes les cales
i amb petxines fer-los-hi un bressol.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Anónima
Há dias e dias seguidos em que entro na minha sala de trabalho e por lá fico as sete horas seguidas, almoçando em frente ao computador, sem uma paragem digna do nome.
Preguiça, necessidade de isolamento, auto-flagelo?!?
Hoje saí pelo bairro...fugindo como habitualmente dos olhares exploratórios e perdi-me no meio do casario a imaginar as vidas por detrás de cada porta pequenina, da janela com a gaiola, ainda pensei em roubá-la e libertar as pobres avezinhas, mas o som das gaivotas oferecendo-me o rio de presente, ajudou-me a celebrar a existência...
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Más lejos...
Ayer te besé en los labios.
Te besé en los labios. Densos,
rojos. Fue un beso tan corto,
que duró más que un relámpago,
que un milagro, más. El tiempo
después de dártelo
no lo quise para nada ya,
para nada
lo había querido antes.
Se empezó, se acabó en él.
Hoy estoy besando un beso;
estoy solo con mis labios.
Los pongo
no en tu boca, no, ya no...
-¿Adónde se me ha escapado?-.
Los pongo
en el beso que te di
ayer, en las bocas juntas
del beso que se besaron.
Y dura este beso más
que el silencio, que la luz.
Porque ya no es una carne
ni una boca lo que beso,
que se escapa, que me huye.
No.
Te estoy besando más lejos.
Te besé en los labios. Densos,
rojos. Fue un beso tan corto,
que duró más que un relámpago,
que un milagro, más. El tiempo
después de dártelo
no lo quise para nada ya,
para nada
lo había querido antes.
Se empezó, se acabó en él.
Hoy estoy besando un beso;
estoy solo con mis labios.
Los pongo
no en tu boca, no, ya no...
-¿Adónde se me ha escapado?-.
Los pongo
en el beso que te di
ayer, en las bocas juntas
del beso que se besaron.
Y dura este beso más
que el silencio, que la luz.
Porque ya no es una carne
ni una boca lo que beso,
que se escapa, que me huye.
No.
Te estoy besando más lejos.
Pedro Salinas
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
terça-feira, 10 de novembro de 2015
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Me dolés en el cuerpo
Ahuyentemos el tiempo, amor,
que ya no exista;
esos minutos largos que desfilan pesados
cuando no estás conmigo
y estás en todas partes
sin estar pero estando.
Me dolés en el cuerpo,
me acariciás el pelo
y no estás
y estás cerca,
te siento levantarte
desde el aire llenarme
pero estoy sola, amor,
y este estarte viendo
sin que estés,
me hace sentirme a veces
como una leona herida,
me retuerzo
doy vueltas
te busco
y no estás
y estás
allí
tan cerca.
que ya no exista;
esos minutos largos que desfilan pesados
cuando no estás conmigo
y estás en todas partes
sin estar pero estando.
Me dolés en el cuerpo,
me acariciás el pelo
y no estás
y estás cerca,
te siento levantarte
desde el aire llenarme
pero estoy sola, amor,
y este estarte viendo
sin que estés,
me hace sentirme a veces
como una leona herida,
me retuerzo
doy vueltas
te busco
y no estás
y estás
allí
tan cerca.
Gioconda Belli
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Subitamente
When I am an old woman I shall wear purple
With a red hat that doesn't go, and doesn't suit me,
And I shall spend my pension
on brandy and summer gloves
And satin sandals,
and say we've no money for butter.
I shall sit down on the pavement when I am tired,
And gobble up samples in shops and press alarm bells,
And run my stick along the public railings,
And make up for the sobriety of my youth.
I shall go out in my slippers in the rain
And pick the flowers in other people's gardens,
And learn to spit.
You can wear terrible shirts and grow more fat,
And eat three pounds of sausages at a go,
Or only bread and pickle for a week,
And hoard pens and pencils and beer mats
and things in boxes.
But now we must have clothes that keep us dry,
And pay our rent and not swear in the street,
And set a good example for the children.
We will have friends to dinner and read the papers.
But maybe I ought to practise a little now?
So people who know me
are not too shocked and surprised,
When suddenly I am old
and start to wear purple!
With a red hat that doesn't go, and doesn't suit me,
And I shall spend my pension
on brandy and summer gloves
And satin sandals,
and say we've no money for butter.
I shall sit down on the pavement when I am tired,
And gobble up samples in shops and press alarm bells,
And run my stick along the public railings,
And make up for the sobriety of my youth.
I shall go out in my slippers in the rain
And pick the flowers in other people's gardens,
And learn to spit.
You can wear terrible shirts and grow more fat,
And eat three pounds of sausages at a go,
Or only bread and pickle for a week,
And hoard pens and pencils and beer mats
and things in boxes.
But now we must have clothes that keep us dry,
And pay our rent and not swear in the street,
And set a good example for the children.
We will have friends to dinner and read the papers.
But maybe I ought to practise a little now?
So people who know me
are not too shocked and surprised,
When suddenly I am old
and start to wear purple!
Jenny Joseph
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Porque viver não tem nada a ver com isso que as pessoas fazem todos os dias, viver é precisamente o oposto, é aquilo que não fazemos todos os dias
(...) a rotina embacia-nos, torna-nos indefinidos, desfocados, fantasmas, máquinas, ao mesmo tempo que nos solidifica em estátuas de sal. A consciência da morte é o que nos desperta dessa morte em que vivemos, que nos diz o que deveríamos ter feito, o que deixámos de fazer, a morte é um despertador, um despertador que nos acorda para a inevitabilidade dos nossos erros. Trrrrim, trrrrim, morreremos em breve, temos de agir, de resistir. Não desistiremos. A solução seria termos todos uma caveira na mesinha-de-cabeceira, como fazem os monges cartuxos, para nos servir de despertador e todos os dias sabermos que temos de acordar, não para viver a rotina fatal do quotidiano, mas a vida apaixonada de alguém que ainda sabe que existem nuvens, céu e beijos.
Uma espreitadela a Flores de Afonso Cruz
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Não podes olhar-me nos olhos, sem que me fales...
Eyes. Those damn eyes fucked me forever. We made love just looking at them
Charles Bukowski
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
terça-feira, 6 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
terça-feira, 29 de setembro de 2015
tudo é menos que o vento...
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...
Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...
Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles em Canção de Outono
domingo, 27 de setembro de 2015
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Equinócios...
Walked away
Released from all my crimes
Walked away
Released from all my crimes
But I could never hide
What I kept inside
Walked away
Released from all my sins
Walked away
Released from all my sins
But the cruelest thing
Was all my suffering
When I held you that night
I knew it felt so right
I knew it felt so right
Walked away
Released from all my crimes
Walked away
Released from all my crimes
But I could never hide
What I kept inside
Released from all my crimes
Walked away
Released from all my crimes
But I could never hide
What I kept inside
Walked away
Released from all my sins
Walked away
Released from all my sins
But the cruelest thing
Was all my suffering
When I held you that night
I knew it felt so right
I knew it felt so right
Walked away
Released from all my crimes
Walked away
Released from all my crimes
But I could never hide
What I kept inside
untitled de Spain de há muitos muitos anos
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
The Fall...
Hoje, caí dentro do Outono...
Como um trilho no Outono: mal foi varrido, cobre-se outra vez de folhas secas.
Como um trilho no Outono: mal foi varrido, cobre-se outra vez de folhas secas.
Franz Kafka
domingo, 6 de setembro de 2015
Solitude...
Em algumas alturas fujo das minhas canções favoritas e dos filmes. Preciso de não fomentar o abandono. No entanto, porque gosto dos tristes e da capacidade criativa da tristeza, sou assídua e ternamente capturado por uma beleza que, à minha sensibilidade celebra sobretudo a solidão...
Valter Hugo Mãe, em JL
terça-feira, 1 de setembro de 2015
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Canto porque o amor apetece...
Cover de Noiserv à música de Fausto e A.P. Braga e poema de Eugénio de Andrade, Não Canto Porque Sonho
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
terça-feira, 18 de agosto de 2015
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Eu e Tu
Eu o fora Tu o dentro
Eu o monte Tu o vale
Eu o vento Tu a calmaria
Eu o vento Tu a calmaria
Eu a liberdade Tu as regras
Eu a cama Tu o sofá
Eu a praia Tu o campo
Eu o poema Tu a melodia
Eu o sol Tu a sombra
Eu o sol Tu a sombra
Eu a acção Tu a ideia
Eu a chama Tu o lume
Eu a chama Tu o lume
nós
um sketch teu
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
E Hiroshima faz hoje 70 anos...
O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente
Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente
NENHUMA!
A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente
Ana Hatherly ( 1929-2015), in Um Calculador de Improbabilidades
quinta-feira, 23 de julho de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Hoje o vale sabe a oregãos...
Origanum vulgare, dos gregos oros, e ganos, que significam esplendor da montanha. Em Roma era símbolo de paz e de felicidade.
domingo, 12 de julho de 2015
da felicidade...
Dias lentos e claros, a vida incendiada de verão.
Andar descalça, pelo meio das plantas bravias, com que me confundo.
E de repente o mar.
Gritar, cantar para ele.
Deixar o corpo cair na areia, moldá-la. Sentir o calor e a necessidade incontornável de cair no mar.
Fazer parte dele. Ser livre...
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quinta-feira, 9 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
No te quedes quieto...
Dame algo más que silencio o dulzura
Algo que tengas y no sepas
No quiero regalos exquisitos
Dame una piedra
No te quedes quieto mirándome
como si quisieras decirme
que hay demasiadas cosas mudas
debajo de lo que se dice
Dame algo lento y delgado
como un cuchillo por la espalda
Y si no tienes nada que darme
¡ dame todo lo que te falta !
Carlos Edmundo de Ory
terça-feira, 7 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
dos acordares demorados...
Sim, surpreendeste-me com a dedicatória:
You are the sunshine
of my life
e conversar contigo de manhã
é tão bom
tens o poder do muesli e da
laranja
ou de qualquer fruta de época
for all that matters
Excerto de um poema de Matilde Campilho
...é tão bom quando assim é.
Não sou a mais matutina das mulheres, mas ensinaste-me a apreciar esse prazer tão simples, tão transparente e puro.
domingo, 5 de julho de 2015
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