quarta-feira, 29 de junho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
O M é de Manuel
Gonçalo M. Tavares vai poder comprar mais tempo para continuar a alimentar-nos a mente...
A vida, meu caro, é ilegível. Acontece
e desaparece. Não há inteligência
que a descodifique: vem em linguagem-nada,
surge no corpo como surge o dia, e como
se dia e vida individual fossem materiais paralelos.
A vida não surge em prosa
nem em poesia — e a existência não fala
inglês, apesar de tudo. A natureza dos acontecimentos
resiste às invasões matreiras da publicidade e
dos filmes. Já não é mau.
Gonçalo M. Tavares, in Uma Viagem à Índia
A vida, meu caro, é ilegível. Acontece
e desaparece. Não há inteligência
que a descodifique: vem em linguagem-nada,
surge no corpo como surge o dia, e como
se dia e vida individual fossem materiais paralelos.
A vida não surge em prosa
nem em poesia — e a existência não fala
inglês, apesar de tudo. A natureza dos acontecimentos
resiste às invasões matreiras da publicidade e
dos filmes. Já não é mau.
Gonçalo M. Tavares, in Uma Viagem à Índia
domingo, 26 de junho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
Solstício na praia até ao finzinho do dia
My life, my life, my life, my life
In the sunshine...
Everybody loves the sunshine, sunshine
Everybody loves the sunshine, sunshine
Folk's get down in the sunshine, sunshine
Folk's get brown in the sunshine
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
My life, my life, my life, my life
In the sunshine...
Everybody loves the sunshine, sunshine
Everybody loves the sunshine, sunshine
Folks get down in the sunshine, sunshine
Folks get brown in the sunshine
Feel what I feel, what I feel, what I feel what I'm feelin
In the sunshine
Feel what I feel, what I feel, what I feel, what I'm feelin
In the sunshine
Do what I do what I do what I do what I'm doing
In the sunshine
Do what I do what I do what I do what I'm doing
In the sunshine
Everybody loves the sunshine
Sunshine...
In the sunshine...
Everybody loves the sunshine, sunshine
Everybody loves the sunshine, sunshine
Folk's get down in the sunshine, sunshine
Folk's get brown in the sunshine
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
Just bee's and thangs and flowers
My life, my life, my life, my life
In the sunshine...
Everybody loves the sunshine, sunshine
Everybody loves the sunshine, sunshine
Folks get down in the sunshine, sunshine
Folks get brown in the sunshine
Feel what I feel, what I feel, what I feel what I'm feelin
In the sunshine
Feel what I feel, what I feel, what I feel, what I'm feelin
In the sunshine
Do what I do what I do what I do what I'm doing
In the sunshine
Do what I do what I do what I do what I'm doing
In the sunshine
Everybody loves the sunshine
Sunshine...
domingo, 19 de junho de 2011
De Neruda para ti, cujas palavras ainda são longamente aplaudidas de pé, um ano depois...
...são as palavras que cantam, que sobem e descem...
Prosterno-me diante delas... Amo-as, abraço-as, persigo-as, mordo-as, derreto-as...
Amo tanto as palavras...
As inesperadas... As que glutonamente se amontoam, se espreitam,
até que de súbito caem... Vocábulos amados...
Brilham como pedras de cores, saltam como irisados peixes, são espuma, fio, metal, orvalho...
Persigo algumas palavras... São tão belas que quero pô-las a todas no meu poema...
Agarro-as em voo, quando andam a adejar, e caço-as, limpo-as, descaco-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas...
E então revolvo-as, agito-as, bebo-as, trago-as, trituro-as, alindo-as, liberto-as...
Deixo-as como estalactites no meu poema, como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes das ondas...
Tudo está na palavra... Uma ideia inteira altera-se porque uma palavra mudou de lugar, ou porque outra se sentou como um reizinho dentro de um frase que não a esperava, mas que lhe obedeceu...
Elas têm sombra, transparência, peso, pernas, pêlos, têm de tudo quanto se lhes foi agregando de tanto rolar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto serem raízes...
São antiquissímas e recentíssimas...
Vivem no féretro escondido e na flor que desponta...
A palavra, In Confesso que vivi de Pablo Neruda
Prosterno-me diante delas... Amo-as, abraço-as, persigo-as, mordo-as, derreto-as...
Amo tanto as palavras...
As inesperadas... As que glutonamente se amontoam, se espreitam,
até que de súbito caem... Vocábulos amados...
Brilham como pedras de cores, saltam como irisados peixes, são espuma, fio, metal, orvalho...
Persigo algumas palavras... São tão belas que quero pô-las a todas no meu poema...
Agarro-as em voo, quando andam a adejar, e caço-as, limpo-as, descaco-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas...
E então revolvo-as, agito-as, bebo-as, trago-as, trituro-as, alindo-as, liberto-as...
Deixo-as como estalactites no meu poema, como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes das ondas...
Tudo está na palavra... Uma ideia inteira altera-se porque uma palavra mudou de lugar, ou porque outra se sentou como um reizinho dentro de um frase que não a esperava, mas que lhe obedeceu...
Elas têm sombra, transparência, peso, pernas, pêlos, têm de tudo quanto se lhes foi agregando de tanto rolar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto serem raízes...
São antiquissímas e recentíssimas...
Vivem no féretro escondido e na flor que desponta...
A palavra, In Confesso que vivi de Pablo Neruda
sábado, 18 de junho de 2011
Não vamos para lado algum...ficamos por cá.
...se acontecesse morreres tu antes de mim, eu continuaria a viver, só para que me pudesses encontrar,...
José Saramago em O Evangelho segundo Jesus Cristo
José Saramago em O Evangelho segundo Jesus Cristo
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Dicotomias?
Ele: Não te comento porque o que postas não me sugere comentários. Músicas e poemas, não me sugerem comentários. Se te indignares, criticares, te zangares com o mundo, talvez te comente. Se calhar sou um gajo...
Eu:[penso: És mesmo...e então?]
Eu:[penso: És mesmo...e então?]
quarta-feira, 15 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Sim, até gosto um bocadinho de rosas.
A ti que teimas em voltar
sem que nada o fizesse prever.
A ti para quem as condições ideais pouco importam,
ou talvez já lá estejam,
mas de tão discretas,
a nós, comuns mortais, não se desvendam...
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Eles crescem, mas nem tanto
Ainda ontem colocou um dentinho debaixo da almofada e reclamou, porque a fadinha só apareceu, descaradamente, pela manhã e hoje, a primeira grande borga até às tantas...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Dúvida
E [com febre]: Mamã, já pensaste se eu posso ir àquele sítio. Aquele sítio que vamos com a escola?
Eu: [Pânico...de novo a questão...Olho fixamente o J] Filhinha, mas eu não tenho que pensar nada. [Ganho tempo, com isto e penso, penso nas minhas convicções. Nunca irei ao Badoka Park - lugar de mostra de animais, camuflado com uma suposta necessidade de preservação, mesmo que fora de contexto, fora de tudo - e mais, a minha menina só tem 5 aninhos, é um bebé, o meu bebé, de autocarro, mais de duzentos kilómetros, na confusão. E depois...mas ela vai ficar muito triste... todos os amigos vão, e a carinha luminosa suplicante, mas sempre sorridente...Já estou totalmente imersa na dúvida. E ela à espera]
Sabes, a mamã não concorda muito com animais presos, mesmo que pareça que estão soltos, tu sabes...E depois tenho medo que te aconteça alguma coisa no autocarro [pronto expus as minhas fragilidades]
E: Mamã eu não morro, vais ver que eu não morro
Eu: [Sem argumentos adequados, resolvo ganhar ainda mais tempo mudando de assunto]
Eu: [Pânico...de novo a questão...Olho fixamente o J] Filhinha, mas eu não tenho que pensar nada. [Ganho tempo, com isto e penso, penso nas minhas convicções. Nunca irei ao Badoka Park - lugar de mostra de animais, camuflado com uma suposta necessidade de preservação, mesmo que fora de contexto, fora de tudo - e mais, a minha menina só tem 5 aninhos, é um bebé, o meu bebé, de autocarro, mais de duzentos kilómetros, na confusão. E depois...mas ela vai ficar muito triste... todos os amigos vão, e a carinha luminosa suplicante, mas sempre sorridente...Já estou totalmente imersa na dúvida. E ela à espera]
Sabes, a mamã não concorda muito com animais presos, mesmo que pareça que estão soltos, tu sabes...E depois tenho medo que te aconteça alguma coisa no autocarro [pronto expus as minhas fragilidades]
E: Mamã eu não morro, vais ver que eu não morro
Eu: [Sem argumentos adequados, resolvo ganhar ainda mais tempo mudando de assunto]
domingo, 5 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Na hora dos mágicos cansaços
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Se tu viesses ver-me à tardinha . Florbela Espanca
quarta-feira, 1 de junho de 2011
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